O Profissional do futuro e o profissional do agora

O Profissional do futuro é o profissional do agora!!

Este tema vem sendo debatido em palestras, seminários, congressos, lives e por todos os cantos: identificar o profissional do futuro. Por que o assunto nunca termina? Penso que a resposta exata e objetiva que queremos ouvir nem sempre é tão exata e nem sempre é explícita. Talvez se mudássemos a pergunta para – Quem é o profissional do futuro? – aposto que os resultados seriam os mesmos. Eu vou te contar uma coisa, eu tenho a minha resposta.

Há 25 anos atrás eu fazia a minha primeira entrevista como recrutadora e lá estava eu, buscando alguém que fosse o profissional que eu gostaria de ter na equipe. Eu procurava alguém sincero, com experiência, humilde e com muita vontade de assumir o cargo. Há 10 anos atrás, ao ser renomeada a Headhunter, minha busca era por profissionais que tivessem bom senso, equilíbrio emocional, bom relacionamento e vontade de se aposentarem ali comigo. Hoje, como Consultora, BP, Coach, Recrutadora, Empresária, quero protagonismo e energia. Os tempos mudam, mas as necessidades permanecem. Continuo encantada por gente que é humilde e que quer muito estar no negócio, continuo vendo a sinceridade como uma característica básica e ainda torço por pessoas que fiquem comigo por longos anos, mesmo que eu saiba que isso pode não acontecer. Onde estão as semelhanças e as contradições? Talvez nada tenha mudado e este profissional do futuro seja o do passado e do presente.

Quem eu quero para a minha equipe? Esta é uma pergunta direcionada à liderança e é dali que deve sair a resposta do profissional que tanto se almeja, aquele, do futuro! Não vamos esperar para o depois, queremos agora. Por mais que ele seja jovem aprendiz, o desejo é de que ele se interesse e corra atrás de aprender, queremos que ele ouça e seja atento e que não fique parado, esperando as coisas acontecerem, que tenha atitude. E se ele já é da geração X, beirando os 40, 50 e 60, queremos as mesmas coisas, que ele aprenda as novidades do mercado, que ele esteja aberto a ouvir o que a “galera” tem a contribuir e seja ligado nos “220”.

Comprometimento, responsabilidade, pontualidade, extroversão, educação, integridade, iniciativa, são apenas a base de uma mistura de competências que se somados a outros talentos, vão gerar sinergia, aprendizado e produtividade.

A palavra Protagonismo pode estar na crista da onda atual, porém é perfeita para resumir várias competências numa só. Na dramaturgia, o protagonista é o personagem principal, o mais importante. Pera! O camarada mais importante do mundo corporativo não é o CEO, o líder, o gestor, aquele que dá a palavra final, que comanda a cena, que faz o show? Vem pra este mundo atual comigo, estamos no ano de 2020, ano em que as posições das cadeiras já não são mais as mesmas, não existe mais o lugar marcado para o chefe, ele está ali, junto à tela, em algum lugar, misturado entre tantos outros quadrados iguais, ele precisa parar para escutar cada um e pode ser surpreendido por alguém, independentemente da posição, do tempo de empresa e do salário: o protagonista, que rouba a cena a qualquer momento e é astuto o suficiente para saber o momento certo, para ouvir quando necessário e usar as palavras certas e especialmente as ações certas na hora adequada.

2020 foi o ano da adaptação e da confiança. O ser humano se adaptou tão rapidamente que mal sabia que podia tanto com tão pouco e tão rápido. E chegaram os desafios de confiar naquilo que não se vê, e quem fez a lição de casa lá no processo seletivo e que contratou pessoas que andariam com as próprias pernas é que percebeu o quanto o profissional do futuro, presente e passado deve ter no cerne um espírito de dono do negócio. Este é o mundo VUCA, que será cada vez mais “VUCADO” e acelerado, onde todos tem um papel importante dentro do mundo organizacional. É preciso entender que existe o dia em que sou o centro e no outro sou aquele que contribui para que outros estejam no centro, e tudo é importante para que a cadeia produtiva aconteça de forma sustentável.

A gíria do ano vai para uma palavra que sempre considerei importante em todo a relação de vínculo empregatício. De um lado o profissional: competente ou no caminho, carismático ou em construção, experiente ou nem tanto; do outro, a empresa, grande ou pequena, conhecida ou anônima, em expansão ou não. Para juntar ambos, sem a paixão e o encantamento não rola o “Match”.
E assim percebe-se que novamente as respostas não vieram objetivamente porque elas simplesmente não são contáveis e vivem em mutação, mudam de nome, de grau de importância, dependendo do cenário atual, dependendo do desafio que se tem pela frente. Mudemos a pergunta: Qual o profissional que eu quero na minha equipe hoje?

*VUCA – Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade;
*VUCADO – Que é VUCA – invenção da autora
*BP – Business Partner – profissional estratégico para estretar laços entre as áreas de RH e negócios.
*Geração X – indivíduos nascidos entre meados da década de 1960 e o início da década de 1980

Fabiana Weis Poletti – Consultora em Gestão de Pessoas, Coach, Analista PDA e Entusiasta por Pessoas!